Notícia SAIU NA MÍDIA


O Paraná melhorou de posição no ranking que acompanha o uso de arma de fogo como meio para resolução de conflitos e o número de mortes que esse recurso causa. O Estado saiu do 14º lugar para o 18º. Mas ainda não é motivo de comemoração porque, proporcionalmente, passou a perder mais vidas entre 2000 e 2014, exibindo a marca de 19,2 pessoas mortas a cada 100 mil habitantes, contra 13,6 mortos que eram contabilizados em 2000. Ou seja, mais assassinatos ocorreram no Paraná, que caiu quatro posições no ranking porque os outros estados tiveram um aumento maior nos homicídios com armas de fogo. Todos esses dados fazem parte do Mapa da Violência 2016, fruto de um estudo do professor, sociólogo e coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), Julio Jacobo Waiselfisz. O professor realiza um cruzamento de informações obtidas de indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e do Ministério da Saúde para mostrar a evolução da violência em estados e municípios brasileiros. Em números absolutos, dentro do recorte de 2004 a 2014, os chamados Homicídios por Arma de Fogo (HAF) no Paraná aumentaram de 1.912 para 2.073 (alta de 8,4%). Enquanto no Brasil, esse crescimento foi de 34.187 para 42.291 (alta de 23,7%). O País passou de uma proporção de 20,7 homicídios por arma de fogo a cada 100 mil habitantes, em 2000, para 21,2 mortes em 2014. No Mapa da Violência, chamou atenção a mudança dos primeiros colocados no ranking. A liderança passou agora a ser ocupada por estados do Nordeste. O Rio de Janeiro, que liderava o ranking em 2000, desceu para o 15º lugar. São Paulo foi do 6º para o 26º e Mato Grosso foi de 7º para 23º. Ceará subiu de 19º para 2º lugar, enquanto o Rio Grande do Norte deixou o 18º lugar para ocupar a 4ª colocação. Alagoas, o primeiro colocado em 2014, ocupava a 9ª posição em 2000.  O perfil das vítimas: homem, jovem e negro. E uma constatação importante levantada por Waiselfisz é que quanto menor a escolaridade do cidadão, maior é a probabilidade dele ser morto a tiros. Não há segredo. No enfrentamento à violência, a educação é muito mais eficaz que a repressão.