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Os novos pais

Foto: Pixabay

Estamos acompanhando as mudanças da nossa sociedade, com novas configurações familiares, e hoje é raro ver o modelo que imperava há algumas décadas, com o homem sendo o único provedor da casa e a mulher se limitando ao papel de cuidar do lar e dos filhos. Essas mudanças são positivas, com pai e mãe ocupando espaços diferentes e promovendo um novo modelo de educação para os filhos.

Antes os pais estavam mais “distantes” da criação dos filhos, havia menos diálogo, menos convívio e sensibilidade para viver os ganhos e as dificuldades das crianças. O homem cuidava apenas da parte financeira da casa, jogava vídeo game ou assistia ao jogo de futebol junto com o filho, e a mulher era responsável por levar ao pediatra, ia sozinha nas reuniões da escola e cuidava da alimentação dos pequenos, entre outras coisas. Hoje essas atividades não são mais exclusivas nem fazem parte do papel da mãe ou do pai. No geral, muitos casais fazem isso juntos e muito bem.

E essa mudança de comportamento, claro, tem relação direta com a entrada da mulher no mercado de trabalho, uma vez que ela passou a dividir o orçamento doméstico e também precisa da ajuda do parceiro para as tarefas da casa e com as crianças. Essas mudanças de conduta também têm relação com as novas configurações familiares, como casais homoafetivos, mulheres e homens que assumiram a maternidade/paternidade sozinhos, crianças criadas por avós, tios, etc.

É importante ressaltar que essas transformações que estão acontecendo nas relações familiares e na forma como pais e mães criam os filhos não são moda, não são efêmeras. São mudanças sólidas, que estão ajudando a estabelecer nova maneira de educar nossas crianças. É claro que cada casal sabe a melhor forma de educar seus filhos, por isso a atenção deve estar na função dos papeis e não apenas na figura. A participação mais ativa do pai e a desconstrução de papeis que "são da mãe" ou "são do pai" devem ser feitas, pois hoje em dia o espaço é de ambos.

Os dois estão trabalhando muito, crescendo em suas carreiras, e da mesma forma que estão crescendo lá fora, a parceria deve se estender para dentro de casa. A cultura nos ensinou qual é o papel da mãe e do pai, mas hoje as discussões estão transformando a forma como analisamos estes papeis, apontando que ambos podem exercer qualquer atividade quando o assunto é o cuidado e afetividade em relação aos seus filhos, e trazendo ressignificações importantes neste processo.

Pelo lado afetivo, muitos estudos mostram a importância do cuidador mais presente na rotina e na educação dos filhos. E isto vai além da presença física. É importante que os pais não "estejam" apenas com os filhos, mas que dialoguem, discutam, conversem, tenham uma comunicação próxima e de qualidade! No caso de crianças, é importante brincar com elas, assistir desenhos e filmes juntos, fazer tarefas escolares juntos e ensiná-las algumas atividades de rotina (ex. práticas de higiene, cuidados com os próprios pertences, comportamentos relacionados à alimentação, hábitos de estudo).

É fundamental lembrar que os pais são modelos na vida dos filhos, sejam modelos bons ou ruins. E sem dúvida há o aumento da probabilidade das crianças crescerem mais confiantes e com maior autoestima e responsabilidade ao serem expostas a um ambiente em que os pais são mais participativos e que se envolvam mais.

Feliz Dia dos Pais!

Por: Claudia Cantero