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Nos últimos dias estão sendo divulgados os resultados de vestibulares concorridos, como o da UEL, e a liberação de vagas pelo Sisu (que é o ingresso às universidades através das notas do Enem). Para os aprovados o momento é de alegria, comemoração, alívio, planos novos, vida nova. Mas para o vestibulando que não conseguiu a vaga, o momento é de tristeza, choros, medos e decepções. É normal que o mesmo possa estar acontecendo com você que é pai ou mãe de um jovem vestibulando: felicidade se ele passou e tristeza se foi reprovado. Você pode sofrer e sentir-se impotente por não livrar seu filho da angústia de não achar o nome na lista de aprovados, mas você precisará saber lidar com sua frustração e acolher seu filho. Lembre-o e lembre-se de que é um processo seletivo: alguns entrarão outros não. Fique “por perto” do seu filho, ofereça apoio, colo, orientação e converse com ele sobre como ele se sente, sempre olhando nos olhos.
Se você considerar que seu filho não estudou ou se esforçou o suficiente para ser aprovado no vestibular, tenha a certeza de que agora não é o momento para discussão. Avise-o que vocês voltarão a conversar e analisar como foi que ele se preparou para estas provas e depois terão que pensar juntos nas mudanças que farão, pois as estratégias que ele usou não deram o resultado esperado. Não use palavras agressivas, não humilhe seu filho.
Porém, se você o acompanhou e viu que ele não perdeu aulas, manteve um ritmo de estudos intensos, fez simulados, foi aos plantões, entre outras atividades, relembre-o disso e diga que não é possível fazer além do seu máximo. Mostre-lhe que não está sozinho e que você reconhece o esforço dele. Diga que ele precisará de uns dias para elaborar essa perda, porém vocês voltarão a conversar para pensar e decidir juntos as estratégias que usarão para que ele possa continuar buscando a tão sonhada vaga.
Quando sentir que pode voltar ao assunto com seu filho, analisem o que foi feito, ouça-o e opine, passando otimismo e falando que existem boas perspectivas de futuro. Juntos resolvam sobre o cursinho e as aulas extras que vocês julguem ser melhor, as estratégias que foram usadas e mostraram um progresso e as que devem ser abandonadas. Incentive-o a se organizar e manter um planejamento de rotina de estudos diários, com todos os compromissos semanais, mas oriente-o a também manter hábitos saudáveis incluindo uma atividade física na agenda semanal dele.
Uma análise importante a ser feita junto com seu filho é se existem questões emocionais que possam estar interferindo no desempenho dele tanto durante a preparação quanto na hora do vestibular (ansiedades, “branco”, falta de concentração, inseguranças, dificuldade para se organizar para estudar ou dificuldade de fazer as provas no tempo concedido, etc), se entenderem que sim ou se não conseguirem chegar a uma conclusão sobre quais fatores estão atrapalhando a sua preparação para o vestibular, procurem ajuda de um psicólogo capacitado que esclarecerá se existe a necessidade de acompanhamento psicológico.
Mas uma coisa é certa: seu apoio e sua tranquilidade podem aumentar a afinidade entre vocês. É bem possível que seu filho passe a considerar e ouvir mais o seu ponto de vista e principalmente que vocês estão juntos para o que der e vier. Use esse momento de adversidade com sabedoria e aproxime-se mais de seu filho.
Por: Celi Lovato - psicóloga no Núcleo Evoluir