Notícia RELEASE


Já se preveniu hoje?

Unsplash

Julia Röcker - estagiária do Núcleo Evoluir

            O câncer é uma doença em que ocorre o crescimento desordenado do número de células que podem concentrar-se em uma ou mais regiões. Existem mais de 100 tipos de câncer, variando conforme o tipo de célula e região atacada. Essa doença não se restringe a uma faixa etária específica, podendo atingir crianças, adultos e também idosos.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), uma maneira de prevenir a ocorrência do câncer é evitar os fatores de risco (alimentação ruim, fumar, peso corporal acima do adequado, falta de atividade física, ingestão de álcool, consumo de carne processada, exposição ao sol sem proteção e a agentes cancerígenos no trabalho) e desenvolver um estilo de vida saudável, mantendo os exames preventivos e a vacinação em dia. Atualmente, no entanto, nem sempre é possível optar por um estilo de vida saudável, pois os hábitos cotidianos do indivíduo são atravessados por sua condição econômica e também por condições relacionadas ao seu trabalho. Por exemplo: se uma pessoa possui um turno de trabalho de 12 horas diárias, não consumir carne processada, praticar exercícios físicos e manter uma alimentação saudável pode ser um grande desafio. Além disso, é imprescindível destacar que, em território nacional, muitos agrotóxicos são utilizados no cultivo de alimentos e também ocorre o amplo uso de antibióticos na criação de animais.

Sabe-se que o tratamento para o câncer inclui a necessidade de submeter o paciente a exames e outros procedimentos dolorosos, que utilizam medicamentos com muitos efeitos colaterais desagradáveis. Além disso, pode-se dizer também que o diagnóstico de câncer é uma etapa difícil, e pode trazer, além do sofrimento físico do indivíduo, sofrimento psicológico intenso dos pacientes e de seus familiares ou cuidadores. Segundo Motta e Enumo (2002), fatores como o ambiente e a rotina hospitalar, ausência da família, e a agressividade do tratamento e também sua longa duração podem constituir um contexto muito aversivo para o paciente portador de câncer, dificultando o enfrentamento dessa fase tão difícil.

Diante das dificuldades mencionadas, a família se configura como uma rede de suporte indispensável para o paciente, uma vez que os familiares podem auxiliar o indivíduo a lidar melhor com os fatores estressantes do tratamento do câncer (Tavares e Trad, 2010). Além disso, a dinâmica familiar também irá se modificar conforme as fases do tratamento (diagnóstico, fase crônica e fase terminal) de maneira a melhor atender as demandas do indivíduo portador de câncer. Cada fase possuirá seu foco: durante o diagnóstico, a família se organiza de forma a atender as necessidades imediatas do indivíduo com câncer, e trabalhar o recebimento desse diagnóstico; na fase crônica, são trabalhados os processos de aderência ao tratamento e também de convivência com suas implicações; e caso haja fase terminal, a família se organizará de forma a pensar questões como a finitude da vida, e a desenvolver cuidados paliativos para com o indivíduo (Tavares e Trad, 2010). Nesse sentido, é inevitável citar a psicoterapia como forma de auxiliar o indivíduo e sua família a enfrentar todos os processos envolvidos no descobrimento e tratamento do câncer.

            É importante destacar que atualmente o avanço das tecnologias e da medicina permitiu que seja possível curar muitos tipos de câncer, e essa chance aumenta se a doença for descoberta em seus estágios iniciais. Além disso, o afeto, carinho e apoio da família são peças-chave para auxiliar o indivíduo a percorrer o caminho até a cura. Portanto, neste Dia Nacional do Combate ao Câncer, é uma missão de todos se envolver nas campanhas de vacinação, de exames preventivos e de conscientização sobre o câncer, bem como desenvolver o hábito saudável de visitar um médico regularmente.

Referências:

MOTTA, Alessandra Brunoro; ENUMO, Sônia Regina Fiorim. Brincar no hospital: câncer infantil e avaliação doenfrentamento da hospitalização. Psicologia, saúde & doenças, v. 3, n. 1, p. 23-41, 2002.

TAVARES, Jeane Saskya Campos; TRAD, Leny Alves Bomfim. Estratégias de enfrentamento do câncer de mama: um estudo de caso com famílias de mulheres mastectomizadas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, p. 1349-1358, 2010.