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Homens são mais resistentes a praticar autocuidado com a saúde

Arte: Núcleo Evoluir

Enquanto as mulheres são ensinadas desde a adolescência a praticarem o autocuidado, através de hábitos saudáveis e consultas regulares ao médico ginecologista, os homens são mais resistentes a ações de prevenção em saúde e, muitas vezes, só buscam o médico em caso de problemas. A campanha Novembro Azul, realizada anualmente para sensibilizar a população masculina sobre a importância de realizar o exame do toque para diagnóstico precoce do câncer de próstata, é uma oportunidade para lembrar aos homens sobre a importância de olhar para a própria saúde com mais atenção. 
“Desde cedo, as meninas são orientadas a irem ao ginecologista, ao dermatologista, a conhecerem  o próprio corpo.... Mas o mesmo não ocorre com os meninos. As práticas familiares, em geral, favorecem o autocuidado com a mulher, mas não com o homem, que passa a acreditar que só precisa ir ao médico quando tem algum incômodo”, pontua a psicóloga Claudia Cantero, do Núcleo Evoluir. 
Para ela, a mudança nesta cultura depende da mudança nas práticas familiares, que devem estender ao homem o desenvolvimento de hábitos saudáveis, como alimentação adequada, controle de peso, prática de atividades físicas, redução no consumo de álcool e não fumar, além de incentivar a prática de procurar o médico preventivamente. “São comportamentos que favorecem a qualidade de vida”, analisa. 
Outro aspecto criticado por Claudia é o hábito de minimizar as queixas masculinas, como se fossem situações de fraqueza. “O homem é sempre cobrado a ser forte, não adoecer, por isso, muitos interpretam a busca pelo médico como sinal de fraqueza. Podemos mudar isso estabelecendo novos hábitos na cultura familiar, incluindo práticas saudáveis e realização de consultas médicas de rotina, além de tratar com mais acolhimento as queixas masculinas”, expõe. 
Ela lembra que, apesar do câncer de próstata ocorrer principalmente depois dos 50 anos, a cultura do autocuidado deve ser desenvolvida muito antes. “Receber o diagnóstico de câncer é um evento que não controlamos, mas a adoção de hábitos saudáveis e visitas regulares ao médico são práticas recomendáveis para uma vida com mais saúde”, afirma. 
O exame do toque ainda é um tabu para muitos, o que acaba por privá-los de ir ao médico. “Nesta hora, é preciso refletir sobre o que é mais importante para si próprio e para a família”, opina.