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Empatia é importante para minimizar a dor da perda

O acidente aéreo na Colômbia envolvendo jogadores e dirigentes da Chapecoense, jornalistas e tripulantes na terça-feira, dia 29 de novembro, comoveu o País e o mundo. A dor, a tristeza, a frustração tomou conta do Brasil, que se viu em meio a muitas perguntas e questionamentos sobre a vida e a morte. Diante de uma tragédia como essa, como lidar com a dor, como ajudar amigos e familiares das vítimas, como superar a tristeza?

A psicóloga Séphora Cordeiro, do Núcleo Evoluir, lembra que a dor de uma perda para a morte é individual em função da história de vida de cada um. Mas ela ressalta que é possível, e preciso, oferecer apoio e ajuda a amigos e familiares. “Precisamos legitimar e acolher essa dor, estar próximos e atentos às necessidades daquele que perdeu seu ente querido, ouvir sobre sua dor e, muitas vezes, basta estar perto e em silêncio”, observa a psicóloga. Séphora ressalta que é importante ser empático para ajudar a minimizar essa dor, “nos colocar ao lado da pessoa e não apenas tentar fazê-la se sentir melhor”.

Em tragédias dessa proporção, é também comum um sentimento coletivo de tristeza. “Tragédias com grande número de mortes traz grande sofrimento às pessoas de uma forma geral porque existe uma identificação com os familiares das vítimas e desta forma sofrem como se também fossem vítimas”, comenta a profissional. Além disso, segundo ela, faz as pessoas pensarem sobre a morte e que “esta é para todos só não se sabe o momento”. “Então, é comum nessas situações pararmos para pensar de que forma estamos vivendo, se estamos felizes e realizados”, analisa Séphora, destacando que cada um lida com esse tipo de sofrimento de forma diferente, mas muitas vezes, mesmo não tendo relação direta com as vítimas precisam de acompanhamento psicológico especializado porque acabam desenvolvendo o que se chama de estresse pós-traumático.

No caso dessa tragédia com a equipe da Chapecoense, ainda há um sentimento de tristeza e identificação particular, pelo fato de ser um time pequeno, de uma cidade pequena, que cresceu nos últimos anos no futebol brasileiro e que ia disputar a sua primeira final de um campeonato internacional. “Temos uma identificação com o frágil, o menos favorecido: um time pequeno que alcança sucesso, mas é vítima de uma tragédia como essa. É como se fosse uma injustiça. Acabamos nos colocando no lugar do outro e trazendo reflexões para nossa vida”.

Em situações como essas, de tristeza coletiva, uma maneira de amenizar essa dor é por meio da solidariedade. “Lidar com a frustração é muito individual, mas nos leva a ser mais solidários e isto certamente ajuda a amenizar o sofrimento”. Nesta tragédia com a Chapecoense, é possível ver a solidariedade para com a equipe na forma como o “mundo” do futebol está reagindo e oferecendo vários tipos de ajuda, como empréstimo de jogador para as próximas temporadas, mudança no regulamento para que a equipe não seja rebaixada nos próximos anos e mesmo ser condecorada com o título de campeã sul-americana, entre outras coisas. 

Foto: Pixabay