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Vamos falar sobre autismo?

Foto: Pixbay

Interação social limitada, comportamentos repetitivos e interesses restritos caracterizam o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O “autismo”, como é popularmente chamado, não tem apenas uma maneira de se manifestar nos portadores da doença, o que causa muitas dúvidas sobre como diagnosticar e tratar as pessoas que o apresentam. Para informar e conscientizar sobre o TEA, o dia 2 de abril foi eleito como o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, uma data para esclarecer sobre a doença e diminuir o preconceito em relação ao tema.

“O TEA se apresenta como um conjunto amplo e complexo de comportamentos que prejudicam a interação social e possivelmente a aprendizagem daquele que o apresenta”, explica a psicóloga Paula Cordeiro, do Núcleo Evoluir, em Londrina.  Ela explica que não há um teste específico para saber se a criança se encaixa no diagnóstico. “Tudo é feito por observação clínica e avaliações complementares”, esclarece.

É possível diagnosticar o autismo a partir de 18 meses, mas normalmente a confirmação ocorre em uma idade mais avançada, a partir de 3 anos. Dificuldade ou mesmo falta de interação social e padrões inadequados de comportamento, com repetições que parecem não ter finalidade, são os principais sintomas. “O tratamento envolve profissionais de diferentes áreas, com foco na interação social”, orienta. Os medicamentos são indicados apenas para minimizar sintomas como agressividade e estereotipia.

Paula destaca que os pais de autistas devem ser amparados durante todo o processo do diagnóstico e, se possível, no decorrer do tratamento. “A informação é de extrema importância para que os pais entendam o que está acontecendo e saibam como lidar com os comportamentos do filho, além de explicar para pessoas próximas como podem ajudá-los também”, diz Paula, reforçando que “o preconceito será o maior inimigo”.

Entender que os pais não têm culpa do transtorno é um dos passos essenciais no processo. “Eles tendem a achar que fizeram algo errado ou que poderiam ter evitado, mas não há ligação comprovada entre nenhum evento específico e o TEA. Os pais continuam tendo o mesmo papel de orientar, educar, cuidar, proteger, e amar o filho, mas precisarão aprender uma nova forma de se comunicar”, destaca.

A psicóloga também esclarece que a inclusão dos autistas nem sempre significa ensinar a criança a se socializar no mundo. “Muitas vezes a verdadeira inclusão está em alterar alguns aspectos do ambiente, consequentemente do mundo daquela pessoa, para que seja possível que ela se comunique. Para praticar a verdadeira inclusão, nós é que temos de aprender a ouvi-los”, ensina.