O amarelo ganha destaque este mês com a Campanha Setembro Amarelo alusiva à conscientização e prevenção do suicídio. No Brasil, a campanha foi criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psquiatria. Mas hoje diversas entidades estão envolvidas em dar cada vez mais visibilidade ao assunto.
Já o dia 10 de setembro – o Dia Mundial Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio - foi criado em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP), em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), por ano, mais 800 mil pessoas no mundo cometem suicídio. Dessas, 12 mil são do Brasil. Pesquisas apontam que no Brasil ocorre um suicídio a cada 46 minutos, sendo a 2ª causa de morte entre jovens.
Outro dado relevante divulgado pelo Ministério da Saúde, o perfil da maioria é de homens negros com idades entre 10 e 29 anos.
Nas Américas, em torno de 100 mil pessoas tiram a vida todos os anos. A grande maioria, que corresponde a 36%, são de pessoas com idades entre 25 e 44 anos, e 26% entre 45 e 59 anos. De acordo com a OPAS, 79% dos suicídios que ocorrem no mundo estão em países de baixa e média renda e as principais causas são enforcamento, armas de fogo e ingestão de pesticidas.
A estatística vem ao encontro da realidade dentro dos consultórios de psicologia e psiquiatria que têm notado um aumento dos casos de depressão e ansiedade, situação que foi agravada com a pandemia.
Cerca de 96,8% dos casos de suicídio têm relação com transtornos mentais, sendo a depressão a líder no ranking, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.
“Devemos ficar atentos ao comportamento dos familiares e amigos, esse é o primeiro passo, pois grande parte dos suicídios anteveem de sinais de alertas como querer morrer, sentimento de culpa, aprisionamento, agitação, tristeza, entre outros. Diante desses sinais, é importante o quanto antes procurar a ajuda de um psicólogo e/ou psiquiatra. O que não devemos é subestimar os sintomas”, ressalta a equipe de psicólogos do Núcleo Evoluir.
Por muito tempo, falar de suicídio, era um tabu. As pessoas não discutiam o assunto. O avanço nas ações, disseminação de informações e maior acessibilidade a métodos de prevenção passou a acontecer após a criação da Campanha Setembro Amarelo.
“A prevenção e conscientização não devem ocorrer só no mês de setembro, mas durante todo o ano. Quanto mais falarmos do assunto, mais vamos ajudar a evitar novos casos”, alerta o Núcleo Evoluir.
*Curiosidade:
A campanha é marcada pela cor amarela por conta do jovem americano Mike, de 17 anos e seu Ford Mustang amarelo, que ele havia pintado de amarelo.
Em 1994, Mike Emme, que morava com os seus pais em Westminster, cidade no Colorado, nos Estados Unidos, se matou dentro de seu Ford Mustang 1968, que, segundo seus amigos, era seu principal passatempo.
No dia do seu velório, seus pais, Dale Emme e Darlene Emme, decidiram distribuir cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando problemas emocionais. Dale Emme e Darlene Emme iniciaram o programa de prevenção ao suicídio com a “fita amarela” ou “Yellow Ribbon”.