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Janeiro Branco promove a busca pela saúde mental e emocional

Divulgação/Campanha

Há cinco anos, em todo mês de janeiro, acontece a campanha Janeiro Branco, projetada para promover a saúde mental e emocional das pessoas. Tem por objetivo chamar a atenção da população, de profissionais de saúde, da mídia e das instituições sociais, públicas e privadas, para a importância da promoção da Saúde Mental e do combate ao adoecimento emocional dos indivíduos. A campanha aproveita a simbologia do início do ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito das suas vidas, dos seus relacionamentos e do que andam fazendo para investirem e garantirem Saúde Mental e Saúde Emocional em suas vidas e na de todos ao seu redor.

Para a psicóloga Celi Lovato, do Núcleo Evoluir, a importância desta campanha, além de chamar a atenção da sociedade, é contribuir para desmistificar as doenças mentais e seus tratamentos. “E é uma maneira de divulgar que existem várias formas de estar adoecido e um dos principais sintomas é sentir-se em desequilíbrio consigo mesmo ou com as pessoas com quem convive”, pontua.

Luciane Ignácio, também psicóloga do Núcleo Evoluir, reforça que a campanha é sim um importante passo para falar sobre o tema e destaca que saúde mental é parte da saúde física. “Estudos mostram que a influência de como sentimos, interpretamos e nos comportamos pode agir diretamente na nossa saúde. Mudamos a todo momento o mundo que nos cerca, que por sua vez nos influencia. E esse círculo vicioso, se não percebido, pode nos adoecer emocional e fisicamente”, alerta.

Por isso, na sua avaliação, uma campanha como essa pode chamar a atenção para esse tipo de reflexo. E vai além, uma campanha como essa pode ajudar a reduzir doenças. “O primeiro e mais importante passo para a mudança é saber que precisa dela”, pontua Luciane.

Para Celi, esse movimento é um começo para ampliar a discussão. “A divulgação do que se entende por saúde mental  e emocional pode fazer com que pessoas se identifiquem ou identifiquem pessoas ao seu redor com sintomas e definições que estão sendo divulgadas e, assim, podem buscar ajuda”, observa a psicóloga. Ela ainda acrescenta que a Organização Mundial da Saúde divulgou dados assustadores sobre saúde mental no Brasil, colocando o País como recordista de casos de depressão na América Latina e campeão mundial em relação à ansiedade. Além disso, o número de suicídio entre os jovens brasileiros desperta tristeza e preocupação. “Por isso precisamos falar, e muito, sobre isso para salvar vidas”, reitera.

Na sua avaliação, além dessa campanha, outras formas de prevenção podem contribuir para diminuir problemas com saúde mental. Um dos caminhos é levar informação para o maior número de pessoas. As escolas, por exemplo, são ótimas alternativas pois atingem um grande volume de pessoas. “As escolas podem capacitar seus professores e colaboradores e até manter um psicólogo no local, criando projetos de “Educação Emocional” para as crianças e seus familiares”, elenca Celi. Políticas públicas para acesso mais rápido a médicos e psicólogos capacitados para fazer o encaminhamento mais eficiente também podem minimizar problemas mentais e emocionais.

Celi observa que o olhar atento e amoroso dos pais, familiares, professores, parceiros, amigos são sempre de grande importância para identificar que algo está em desequilíbrio na pessoa e que ela precisa de ajuda. “É preciso falar sobre o que está vendo em si próprio ou no outro, buscando ajuda e dando apoio. É segurar na mão e, às vezes, carregar no colo por um tempo e dizer: vem, tem jeito e estamos juntos”.

Luciane, por sua vez, frisa que um dos caminhos mais indicados para minimizar problemas de saúde mental/emocional é conhecer-se. Nesse sentido, um tratamento psicoterápico pode ser muito benéfico, pois promove o autoconhecimento. “É através dele que o paciente entra em contato com seus sentimentos, interpretações, comportamentos, situações que permeiam sua vida. Com a elucidação disso tudo e com supervisão terapêutica ele poderá ordenar melhor seus sentimentos, escolher melhor outras maneiras de se comportar diante das situações e se planejar para futuros projetos pessoais”, explica.

Por isso, reitera a psicóloga, quando uma pessoa não se sente bem emocionalmente, o mais indicado seria reconhecer que precisa de ajuda, que sozinho pode não dar conta e recorrer a alguém com preparação adequada.