Sempre que uma mulher dá à luz a um bebê, ela não lida somente com o cansaço, a pressão ou as emoções do momento, mas também com o ideal social de que o nascimento do próprio filho representa a maior felicidade da vida de uma mulher, e que dali para frente, ela deve demonstrar e sentir essa felicidade a todo momento.
Mas em muitos casos, não é isso o que acontece. 25% das mulheres passam pelo que chamamos de depressão pós-parto, uma condição que muitas vezes pode passar despercebida ou até menosprezada.
Nas primeiras duas ou três semanas após a chegada do bebê - e em alguns casos, meses depois - a mulher pode começar a apresentar alguns sintomas que podem sugerir um quadro depressivo, como a falta de interesse em atividades que antes gostava, cansaço extremo, variação de peso, ansiedade, tristeza, ou até mesmo vontade de fazer mal a si mesma ou ao próprio bebê.
Para muitas pessoas, este parece ser um cenário difícil de imaginar, mas é a realidade de milhões de mulheres que acabam sendo erroneamente julgadas por algo que não está sob o seu controle. E essa condição pode ser causada por uma série de fatores, podendo ser eles hormonais, físicos, emocionais ou até mesmo graças a outros transtornos psiquiátricos que a mãe já possuía, e tudo fica mais difícil se ela não possui apoio familiar, se isola, tem algum vício em álcool ou drogas, e não dorme como deveria.
Mas assim como outras doenças, a depressão pós-parto pode ser curada. E o simples fato desta condição ser vivenciada por tantas mulheres abre os nossos olhos e nos faz enxergar que cada indivíduo experimenta as sensações e os acontecimentos de forma única, e que cada experiência é válida e deve ser levada em consideração.
Ninguém é menos mãe ou menos merecedora de afeto por estar passando por um momento difícil. Por isso, acolher e ajudar é o primeiro passo para a cura.
Como ajudar no tratamento
Como vimos, muito mais que uma condição, a depressão pós-parto é uma doença e deve ser tratada de forma adequada. Por isso, ao sinal dos primeiros sintomas, é importante que a mãe se encontre com um profissional para que o tratamento comece o mais rápido possível e possa ser preservado o vínculo entre a mulher e seu bebê.
Fora do consultório, o apoio familiar é extremamente importante. A mãe deve se sentir compreendida, acolhida e amada, e de forma alguma, julgada. Ter a presença do parceiro e dos familiares não só fisicamente, mas emocionalmente, é essencial para o sucesso do tratamento.
Se você conhece alguém que está passando por isso, ou se identificou com o quadro, não deixe de procurar um profissional. Você não está sozinha, e o seu bem-estar merece e deve ser colocado em primeiro lugar.