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Como anda sua saúde mental?

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No dia 10 de outubro é comemorado o Dia da Saúde Mental. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2000), a saúde seria um compilado de bem-estar físico, mental e social, e não se resume apenas à ausência de doenças (Souza, Baptista e Baptista, 2010). Dessa maneira, entende-se que a saúde mental é uma “fatia” do que se pode considerar saúde e diz respeito à capacidade do indivíduo de desenvolver relacionamentos interpessoais, se engajar em atividades, raciocinar, e também cuidar de si. Visto isso, não estar doente não é o único requisito a cumprir para possuir uma boa saúde mental.

Sabe-se que muitos fatores da vida cotidiana podem influenciar na saúde mental, como, por exemplo: as condições sociais e econômicas, os relacionamentos interpessoais, o trabalho e a rotina de atividades. Além disso, vale destacar que possuir relacionamentos e atividades que proporcionem prazer e bem-estar podem auxiliar o indivíduo a ter uma saúde mental elevada (SOUZA, BAPTISTA e BAPTISTA, 2010). Segundo Souza, Baptista e Baptista (2010), uma rede de apoio social bem constituída pode ser um fator de proteção para transtornos mentais comuns (TMC), uma vez que auxilia o indivíduo a manejar situações adversas ou inesperadas. Assim, o indivíduo pode adaptar-se às demandas de seu contexto, e lidar melhor com seus sentimentos.

Outro fator importante para cuidar da saúde mental é a autoestima. Segundo Guilhardi (2002), a autoestima “é o produto de contingências de reforçamento positivo de origem social”, ou seja: ninguém nasce com uma boa autoestima, ela é construída ao longo da vida. Com isso em vista, relacionamentos sociais e uma rede de apoio que valorizem as ações e os comportamentos de um indivíduo são essenciais para a construção de uma boa autoestima, e a autoestima é indispensável para que uma pessoa consiga sentir-se útil, amada e importante. Todos esses sentimentos, em conjunto, possuem um forte impacto na saúde mental, uma vez que podem fazer com que as pessoas sintam que possuem “motivos para continuar”.

Os “motivos para continuar” são fruto de relações e atividades que promovam o prazer e o bem-estar (em uma linguagem analítico-comportamental, pode-se dizer que são fruto de contingências que produzam reforçadores). Portanto, é de extrema importância que um indivíduo não preencha todo seu tempo com atividades que geram muito stress e ansiedade, mas saiba balancear e dividir seu tempo com atividades que o façam sentir feliz, satisfeito e importante, como sair com os amigos, ficar com a família, praticar um hobbie, praticar esportes, etc.

Uma possibilidade para cuidar da saúde mental é investir em psicoterapia, uma vez ela pode auxiliar o cliente a compreender quais são suas fontes de reforçadores, lidar com sentimentos e situações desagradáveis, desenvolver comportamentos úteis para a resolução de problemas, autoestima, autoconhecimento e autoconfiança. A psicóloga Paula Cordeiro ressalta a importância da autonomia individual para a construção de valores que façam sentido tomando como base a vivência do indivíduo. Essa autonomia individual está profundamente relacionada ao autoconhecimento que pode ser desenvolvido na psicoterapia. Segundo Zilio (2011), os valores de um sujeito servirão como base para que seus objetivos sejam definidos, e orientarão seus comportamentos com vistas a atingir esses objetivos. Desta maneira, os valores podem constituir um ponto crucial para conservar uma boa saúde mental – se forem definidos objetivos saudáveis e reforçadores para aquele indivíduo.

Por fim, vale lembrar que não existe uma receita ou uma fórmula secreta para cultivar uma boa saúde mental! Cada indivíduo é único, portanto, cada um deve explorar as possibilidades para descobrir quais atividades são reforçadoras para si.

Referências

DE SOUZA, Mayra Silva; BAPTISTA, Adriana Said Daher; BAPTISTA, Makilim Nunes. Relação entre suporte familiar, saúde mental e comportamentos de risco em estudantes universitários. Acta colombiana de Psicologia, v. 13, n. 1, p. 143-154, 2010.

GUILHARDI, Hélio José. Auto-estima, autoconfiança e responsabilidade. Comportamento humano: tudo (ou quase tudo) que você precisa saber para viver melhor, p. 63-98, 2002.

Organização Mundial de Saúde (OMS) (2000). Conselho Executivo – 107º sessão. Recuperado em 21 mar. 2005: www. saudemental.med.br/OMS.htm.

ZILIO, Diego. Algumas considerações sobre a terapia de aceitação e compromisso (ACT) e o problema dos valores. Perspectivas em análise do comportamento, v. 2, n. 2, p. 159-165, 2011.