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Por Julia Röcker, estagiária do Núcleo Evoluir
No segundo domingo de agosto, é comemorado o Dia dos Pais. Mas, atualmente, o que significa ser pai? Certamente vai além de questões genéticas e há responsabilidades e implicações relacionadas à paternidade. Algumas dessas implicações estão relacionadas a estar presente, acompanhar o crescimento dos filhos, auxiliá-los em seu desenvolvimento e educá-los.
Após a primeira metade do século XX, com a inserção da mulher no mercado de trabalho, o pai deixou de ser apenas o “provedor” da casa, e as minúcias da relação familiar passaram a fazer parte de suas responsabilidades. Atualmente, a sociedade ocidental ainda é organizada com base em uma estrutura patriarcal, apesar dos papeis familiares estarem gradualmente sendo “dissolvidos”. Hoje o pai pode trabalhar fora, em casa ou atuar nessas duas esferas tal qual era o papel exclusivo da mãe. Deve-se reconhecer que nem sempre as responsabilidades e demandas que vêm no pacote “paternidade” são assumidas pelos pais.
Outra responsabilidade da paternidade é ser capaz de ensinar a seus filhos comportamentos chamados de sensibilidade e afetividade. Ainda que em inúmeras vezes os papéis afetivos da criação dos filhos sejam atribuídos às mães, é imprescindível destacar a necessidade de que os pais também desenvolvam essas habilidades afetivas e acompanhem ativamente seus filhos, uma vez que a falta de proximidade e sensibilidade entre pais e filhos pode prejudicar os relacionamentos familiares e fragilizar esses vínculos importantes. Em relacionamentos em que os pais desenvolvem habilidades afetivas com seus filhos, geralmente a criança tende a sentir que seus sentimentos são validados, tende a se sentir amparada e acolhida pela família, e os conflitos e dificuldades podem ser trabalhados com mais naturalidade se houver liberdade de comunicação, o que já serve como um modelo adequado de solução de problemas para a criança.
As vezes o título “Pai” acompanhado com das responsabilidade da paternidade, não descreve bem o progenitor de uma pessoa, mas pode descrever outros cuidadores, como a mãe, um padrasto, uma avó, um tio. Diante dessa realidade, é importante dizer que “Pai” não é aquele que somente gera um filho, mas que também quem cuida, acompanha e zela por este filho. Assim, a instituição “família” possui moldes diversificados e flexíveis em que o papel paterno pode ser executado por um responsável que não seja necessariamente o pai de uma criança.
O Dia dos Pais, portanto, é uma data que deve ser comemorada com a família, independentemente de seu formato. Os pais e cuidadores que exercem o papel paterno devem ser celebrados! Sabemos que a paternidade não é tarefa fácil, mas as recompensas e os frutos desta tarefa tão complexa têm valor imensurável.