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Terceira idade: novos comportamentos, antigos problemas e uma pandemia pelo caminho

A expectativa de vida do idoso aumentou. Além disso, o perfil do avô de hoje já não é o mesmo de antes. Hoje é perfeitamente possível ter uma rotina ativa aos 60 e praticar atividade física ao invés de se limitar ao papel da avó que faz a blusa de lã ou o avô que solta pipa com os netos.

Muitos não se imaginam parados ao conquistarem a aposentadoria do trabalho, planejam reduzir o ritmo intenso profissional, mas jamais parar. Segundo um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), quase um quinto da população brasileira é composta por pessoas com 60 anos ou mais.

O cenário para quem está na faixa de idade mais elevada era bom e estava melhorando comparado a décadas passadas, mas ninguém contava com uma pandemia no meio do caminho.

Com o avanço da idade, é natural algumas perdas como, por exemplo, as de caráter cognitivo, que exigem maior atenção por parte da família ou das pessoas que moram com esse idoso.

“Observar o comportamento deste idoso, dialogar e manter a inclusão na rotina social é importante na manutenção da saúde como um todo, mas principalmente nas questões que envolvem a saúde mental”, ressalta o grupo de psicólogos do Núcleo Evoluir.

Ainda estamos vivendo uma pandemia, por mais que grande parte dos idosos esteja vacinada, dificilmente o mundo será como era antes. As perdas foram grandes, houve o aumento no número de casos de transtornos de ansiedade e depressão.

“Sabemos que, independentemente da idade, a saúde mental de milhares de pessoas está abalada e isso não pode passar desapercebido. Quanto mais cedo buscar ajuda, como também oferecer ajuda, melhor”, destaca o Núcleo Evoluir.

Diante do atual cenário, onde a economia encontra-se fragilizada, milhões de desempregados, os problemas parecem ganhar mais força. E no momento que uma população está envelhecendo e precisa ter acesso a melhores condições para se adaptar aos desafios da terceira idade para viver com maior tranquilidade, estudos mostram que 75% dos deles contribuem com, pelo menos, metade da renda familiar. Para acentuar ainda mais um cenário que já é preocupante, apenas 32% têm plano de saúde e 58% apresentam comorbidades; além de 2,5% que testaram positivo para a covid-19.

Por mais que esses idosos não parecem quase nada com os vovôs da década de 1970, os sentimentos e suas necessidades existem como antes. Seja para aquela senhora extrovertida, para o senhor pacato, o baile da vida não pode parar, e deve ter espaço para todos os ritmos.