Notícia RELEASE


Como o ambiente hospitalar interfere na aprendizagem das crianças

Divulgação/Evoluir

As psicólogas Cibely Pacífico e Priscila Sakuma, do Núcleo Evoluir, ministraram palestra para pedagogos e professores do ensino fundamental e médio, que atuam no Hospital do Câncer de Londrina e no Hospital Universitário e que atendem crianças que estão internadas nessas instituições. A palestra fez parte de um projeto de capacitação continuada para esses profissionais. O título da apresentação foi “Análise do Comportamento e Neurociência: Contribuições para a Aprendizagem no Contexto Hospitalar”.

Conforme Cibely, o convite para a palestra partiu dos próprios hospitais, pensando mesmo na capacitação desses profissionais que atendem os estudantes em situações especiais e também nas dificuldades de aprendizado que as crianças têm nesse contexto hospitalar. “As dúvidas abrangem desde os efeitos dos tratamentos e da medicação na criança até alternativas para deixar as aulas nesses ambientes mais atrativas e menos cansativas para os alunos”, destaca a psicóloga.

Cibely observa que dentro desse contexto hospitalar, mesmo que a medicação não altere aspectos cognitivos da criança, como atenção e memória, o fato dela estar hospitalizada a deixa mais vulnerável também a alterações emocionais, pode provocar estresse, às vezes depressão e ansiedade. E esses contextos emocionais, acrescenta Priscila, interferem no desempenho  cognitivo e em como a criança vai aprender. “E os materiais de ensino precisam sim ser diferentes, mais lúdicos, não dá para ser como no ensino formal, como na escola regular. Precisa ter alguma coisa para chamar a atenção da criança e ajudá-la a se motivar e a participar", frisa Priscila.

Cibely destaca que as aulas são ministradas diariamente, exatamente para as crianças que estão internadas não perderem o conteúdo. Alguns pacientes são atendidos no leito e outros estudam em uma sala preparada no hospital para essas atividades. A questão da criança ter aula no hospital, lembram as psicólogas, é direito garantido por lei e muitas vezes isso ajuda no tratamento porque é como se mudasse o foco, que deixa de ser a dor e a doença. “A criança se sente melhor, mais capacitada, melhora a autoestima e pode aliviar o estresse.”

Os professores são da rede pública de ensino e são cedidos para essas atividades no hospital. Além dessa atividade com as psicólogas, eles participam de outras palestras e outros cursos.

Essa palestra, segundo as psicólogas, foi vinculada ao projeto da ABPMC Comunidade, da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental, que tem a proposta de divulgar a análise do comportamento para a população em geral de forma gratuita.