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Com ou sem Carnaval: a banalização do corpo é um problema a ser combatido

A maior festa popular brasileira, o Carnaval, tradicionalmente realizada em fevereiro ou março, traz para o centro das discussões inúmeros assuntos como álcool, drogas, sexo, entre outras questões.

Neste ano de 2021, em razão da pandemia, essa grande festa deverá ser adiada em algumas regiões do país e em outras até mesmo cancelada. Entretanto, não podemos fechar os olhos para os problemas que ficam mais evidentes no período do Carnaval, mas que no decorrer do ano, e principalmente no verão, têm grande incidência, como é o caso da banalização e objetificação do corpo.

“As consequências disso podem ser danosas em vários aspectos. Primeiro, pelos estereótipos impostos pela própria sociedade que valoriza o corpo sugerindo padrões estéticos irreais. A forma como outro é visto, como se fosse um objeto. E o aspecto da hiper sexualização”, explica a psicóloga do Núcleo Evoluir, Paula Cordeiro.

Quando se fala em padrões estéticos, observamos uma busca incessante de pessoas por tratamentos estéticos, dietas malucas sem o acompanhamento de um médico ou nutricionista, tudo em busca de um suposto corpo perfeito (que, ressalte-se, não existe, é uma construção social). Observa-se uma luta constante pela aparência, esquecendo o lado emocional que pode estar ou ser fortemente abalado.

Com as redes sociais é notável o descontrole desta exposição corporal. “Infelizmente, estamos assistindo essa banalização do corpo cada vez mais e numa faixa etária que não compreende apenas adultos, mas também jovens”, comenta a psicóloga.

A soma de todos esses fatores pode trazer consequências desastrosas para a vida do indivíduo, como transtornos de ansiedade e depressão. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil é o país com maior número de pessoas ansiosas e 86% da população sofre com algum transtorno mental.

“É preciso debater amplamente o assunto, informar, buscar e incentivar ações que esclareçam as consequências da banalização do corpo. Todos são seres humanos e não objetos, precisamos exigir respeito e saber o limite”, ressalta Cordeiro.